Uma agitação me sucumbe.
Come-me as entranhas.
Devora os meus pensamentos.
Corrompe-me as idéias.
Tira os fatos de ordem.
Espalha o caos.
Deixa-me extremamente fora do eixo.
Não consigo prestar atenção.
O celular não toca.
Não chega e-mail.
Perco a cautela.
Prestes a cometer erros insensatos.
Impensados.
E me pego a perguntar:
Mais uma vez, o que há?
Por que tantas perguntas povoam meus pensamentos?
Há necessidade de sempre fazer perguntas?
Assim como todo poema deve ter rima!?
São muitas perguntas novamente.
Fruto de muita coisa não resolvida.
Ou, não muito bem entendida.
Como resolver?
Como entender?
Não há manual de instrução.
Não há receita de bolo.
Só um cérebro louco.
Insano.
A razão nunca se sobrepõe.
Ou, sobrepõe e dá origem a essa loucura de agora?
Nossa, que confusão.
Mas no fundo acho que todo mundo vive isso.
Só não colocam pra fora.
Ou, melhor, às vezes, externalizam verbalmente.
Mas nem sempre falando do problema em si.
Falando de coisas e mais coisas.
Analisando, comparando.
Eu não sei falar de mim.
Às vezes me confundo em quem sou eu e o que sou eu.
É querer dormir e não conseguir desligar dessa confusão.
É não saber nem por onde ir.
Por onde começar.
Ou, se deve.
