domingo, agosto 22, 2010

Acho que é pra mim, mais um...

QUINTA-FEIRA, 12 DE AGOSTO DE 2010



A vida continua






Um dia, enfim, ela resolveu amar de novo. Juntou os cacos, molhou a terra, transformou rascunho em poesia.


Fazia sol lá fora. Fazia sol lá dentro. A música já não era desafinada. O choro já não doía tanto.


Abriu a porta, estranhou a claridade, esperou o trem passar. Deu bom dia ao vizinho, riu sozinha, deu o ar da graça.


Há muito tempo não se sentia assim, tão inteira.

Limpa, sem poeira, sem eira nem beira.


Decretado o fim do luto, o recomeço da vida, a continuidade de sua existência.

E veio flor da terra. Emoção da poesia. Dança da música. Passageiro do trem. Vida do luto.



POSTADO POR RENATA FELDMAN ÀS 00:24